quinta-feira, 10 de março de 2011

A presença da Arte nas comemorações Artísticas




Prof.: Epitácio Rodrigues

Dificilmente paramos para observar os aspectos artísticos que estão presentes nas comemorações da nossa cultura. As festas juninas, o carnaval, o dia das mães, o dia do trabalho, do meio ambiente, o dia internacional da mulher, do folclore são só algumas das ocasiões nas quais as comemorações se revestem de manifestações artísticas.
O que se entende por comemorar? A palavra dá a idéia de fazer uma memória, uma recordação em grupo de algo acontecido – aniversário, um acontecimento religioso, cívico, cultural ou folclórico. Nesse sentido, comemorar é sempre fazer uma recordação festiva, de forma coletiva, de um fato ou acontecimento conservado pela tradição de um determinado grupo social. Às vezes, as razões que deram origem às comemorações se perdem no tempo e seu significado originário acaba sofrendo profundas modificações. A festa junina, por exemplo, é um mistura de elementos da religiosidade popular com uma celebração matrimonial camponesa. Segundo uma antiga crença da religiosidade popular cristã católica, no dia do nascimento de João Batista seus familiares teriam acendido uma fogueira para festejar. Por isso, a festa junina é sempre comemorada na data da festa de são João Batista. Todavia, os elementos de ornamentação e a própria forma ritual da comemoração indicam uma celebração de um casamento caipira, com as vestes e comidas típicas do homem do campo.
Já o carnaval é uma festa que teve início, segundo se acredita, nas portas das Igrejas. De fato, nos três dias que antecediam o início da quaresma, um período de quarenta dias, nos quais os cristãos eram proibidos de comer carne, os cristãos começaram a festejar a despedida da carne. A palavra carnaval, deriva do italiano carnevale e significa literalmente carne vai.
Em todas essas comemorações festivas da nossa cultura a expressão artística está presente desde a decoração do ambiente, as músicas, as danças e as vestimentas.
Porém, as comemorações podem tornar-se temas da produção artística. Noutras palavras, além de ser um momento de expressão da cultura artística de um grupo social, a própria comemoração pode ser retratada ou representada de modo artístico. O pintor, o músico, o poeta, o artesão que transformam em arte os momentos, os sons, os movimentos de uma festa junina, por exemplo, estão interpretando de modo artístico estas manifestações da cultura de um povo.
Em resumo, podemos concluir que em todas essas formas de comemoração, a linguagem específica da arte, com suas cores, formas, sons, movimentos, gestos, além da preocupação com a perfeição e com a beleza estética, estão presentes, basta que saibamos reconhecê-la.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Ética Empresarial na Relação com o Cliente


 

Epitácio Rodrigues 

Professor de Filosofia

O tema da ética empresarial (também chamada ou ética nas organizações ou ética nos negócios) é aplicação da reflexão ética à conduta das organizações ou empresas, levando em conta basicamente a sua relação com diversos setores e campos com os quais ela se relaciona: funcionários, acionistas, fornecedores, concorrência, com a comunidade, com a política e com o meio ambiente. Nesse contexto multifacetado de relações, a conduta de todos que compõem a empresa ou organização, os valores e as convicções que norteiam suas práticas contribuem enormemente para a construção da identidade ética da empresa. Não se discute mais se uma empresa deve ter uma conduta ética, pois ela lida com a atividade humana, que sempre imprime valores e avalia volarativamente tudo o que realiza. E sendo a ética a reflexão sobre a conduta moral dos homens em sociedade, os atos de cada indivíduo que integra uma empresa não estão isentos de tal reflexão. Aqui vamos refletir sumariamente sobre a relação da empresa com seus clientes
Com o mercado cada vez mais competitivo e os consumidores cada vez exigentes na hora de comprar, as organizações investem na construção de um diferencial em relação às demais, que comercializam o mesmo produto ou serviço, tendo sempre em vista a satisfação e fidelização do cliente. Nessa disputa, é oportuno considerar que as motivações que fazem um cliente optar por uma dentre tantas empresas que vendem o mesmo produto ou serviço está para além de uma relação meramente comercial. Trata-se, na verdade, de uma interação entre empresa e consumidor na qual interagem valores como respeito, honestidade, justiça, eficiência, responsabilidade e confiança, dentre outros.
Numa empresa, a interação do funcionário com o cliente vai além de uma troca da mercadoria por dinheiro: pressupõe como fundamento uma relação ética, sem a qual o consumidor não se sentirá propenso a tornar-se um cliente. Por isso, uma empresa deve, em relação ao consumidor em geral, ser capaz de inspirar a realização de certas exigências éticas, que se manifestam de modo mais evidentes nos seguintes aspectos: competência no atendimento às necessidades, postura verdadeira, justa e responsável.
Competência no atendimento às necessidades: o cliente busca um bem ou serviço – o produto - e uma empresa se propõe satisfazer suas necessidades oferecendo-lhe o produto que deseja. A qualidade do produto ofertado não é medida pela marca ou conceito, mas pela capacidade de atender, satisfatoriamente, às necessidades do consumidor. Os clientes estão cada vez mais céticos em relação a propaganda e cada vez mais esclarecidos a cerca dos seus direitos como consumidores. Por isso, a venda de um bem ou serviço cuja qualidade deixa a desejar, ainda que sob o pretexto de ser mais barato, pode resultar em prejuízo para o cliente e conseqüentemente para a empresa. O melhor produto para um consumidor é sempre aquele que satisfaz as suas necessidades. Para isso, uma segunda exigência ética se impõe naturalmente. A boa-fé ou veracidade na hora de apresentar um produto ao cliente.
Verdade na apresentação do produto: algumas empresas estimulam os funcionários a vender seus produtos, premiando-os com brindes, comissões e outras formas de incentivos e, não raro, o vendedor é orientado a omitir certas deficiências do produto e usar de má-fé com o cliente. A empresa que procede assim pode sofrer dois problemas éticos sérios: primeiro, estimula no funcionário uma conduta que, se usada contra a própria empresa, pode trazer sérios prejuízos; segundo, deixa claro que a gerencia da organização não é referência ética, portanto, não é pessoa muito confiável; e, por fim, o cliente que se sente enganado é um ótimo veiculo de propaganda contra a empresa.
Por isso, o vendedor, ao ser indagado por um cliente sobre o produto, deve proceder de forma honesta e transparente, pois o uso da má-fé, motivado pela preocupação de vender a qualquer custo, pode ter sérios danos à empresa e o vendedor. Uma empresa não vende só um produto, mas a sua própria imagem. E quanto mais honesta for sua relação com o cliente mais sairá ganhando. A experiência tem mostrado que o vendedor ganha a confiança do cliente quando é honesto na hora de elucidar as razões pelas quais dois produtos que têm a mesma finalidade possuem preços diferentes; quando menciona as vantagens e desvantagens do produto. O cliente não se sente enganado por uma propaganda enganosa e estabelece uma relação de confiança com a empresa.
 Justiça no estabelecimento do preço: A conduta ética na hora de estabelecer o preço de um produto é fundamental. As pessoas pechincham, comparam, fazem listagem de preço e só então decidem comprar. É mais inteligente e ético colocar um preço justo por um produto para ganhar sempre, do que, querendo ganhar logo, perder sempre. São inúmeros os exemplos de prestadoras de serviço que cobram um preço abusivo e que não têm critérios claros de fixação de preços para os serviços oferecidos. Uma empresa que vende produto ou serviço, mas que seus preços são considerados abusivos, normalmente é vista como uma empresa desonesta, porque explora os consumidores.
Responsabilidade nos compromissos assumidos: faz parte de uma conduta ética da empresa cumprir prazos e compromissos assumidos com o cliente. Disso resulta a expressão da sua responsabilidade, enquanto empresa, e de seu respeito pelo cliente. A empresa, de modo geral, desconhece quais as motivações do consumidor ao comparar aquele bem ou serviço: um presente para uma data especial, uma necessidade urgente, etc... Independente disso, o cumprimento do prazo estabelecido para entrega do produto é fundamental para uma imagem de empresa ética. Quando, por qualquer imprevisto, não for possível cumprir os compromissos ou prazos assumidos com o cliente, é muito importante que se tenha o cuidado de avisá-lo dessa impossibilidade e, se for viável, apresentar as razões do atraso, denotando um grande respeito pelo cliente. Pois é tolerável que não se respeite um prazo, mas nunca que se desrespeite um cliente.

Rogério Miranda de Almeida: um filósofo cratense


Prof.: Epitácio Rodrigues


Poucas pessoas do Crato conhecem o fato, mas essa cidade tem um nome que a representa com muita competência e profundidade intelectual na seleta comunidade filosófica internacional. De fato, o professor Rogério Miranda de Almeida, com atuação e reconhecimento fora do Brasil como filósofo e teólogo é, na verdade, um autêntico cidadão cratense, desde o seu nascimento, no dia 9 de abril de 1953.
Foi na Cidade do Crato que fez os seus primeiros estudos, inicialmente no Colégio Estadual Wilson Gonçalves, depois no Colégio Diocesano do Crato. Posteriormente, cursou Filosofia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), em São Paulo.
Doutorou-se em teologia pela Universidade de Estrasburgo, na França e em Filosofia pela Universidade de Mertz, também na França. Ministrou aulas de filosofia e teologia no Saint Vicent College, em Latrobe, na Pensivalvania, Estados Unidos, por oito anos, no período de 1995 a 2003.
Em Roma, na Itália, foi professor de Filosofia na Universidade Santo Anselmo, de 1997 a 2007, e de Teologia na Universidade Gregoriana, de 1999 a 2007.
Com a fundação do curso de pós-graduação (mestrado) em Filosofia, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Curitiba, Rogério Miranda foi convidado a retornar ao Brasil, e integrar o corpo docente dessa Universidade, onde, atualmente, ministra aulas nos cursos de mestrado em Filosofia e Teologia.
Como Filósofo, o foco das suas filosóficas engloba, na filosofia antiga, desde os filósofos pré-socráticos, passando por Platão e Santo Agostinho. Já no que se refere à filosofia contemporânea, seus trabalhos estão mais centrados no pensamento de Nietzsche, Artur Schopenhauer, Sigmund Freud (fundador da Psicanálise), Lacan. Seus temas mais abordados no estudo destes pensadores são questão do desejo e da linguagem.
A sua produção engloba, além de uma extensa lista de artigos publicados em revistas brasileiras e internacionais, sobre Teologia e Filosofia, alguns deles disponíveis na internet. No que diz respeito ao campo estritamente filosófico, Rogério Miranda escreveu e publicou os seguintes livros:
Nietzsche et le paradoxe, (escrito em francês), posteriormente traduzido para o inglês e para o português (Nietzsche e o paradoxo, Loyola, 2005;
Nietzsche e Freud: Eterno Retorno e compulsão à repetição, Loyola, 2005,
Eros e Tânatos: A Vida, a morte, o desejo (Loyola, 2007).
Graças a sua perspicácia e profundidade intelectual, os textos de Rogério Miranda têm despertado interesse também nos especialistas brasileiros: suas obras são lidas, resenhadas, citadas, comentadas e tematizadas nas pesquisas de cursos de pós-graduação.

Ensaio SOBRE A OPINIÃO

“Ah, como uma cabeça banal se parece com outra! Elas realmente foram todas moldadas na mesma forma! A cada uma delas ocorre a mesma ide...